O filme "Papel de natal", do realizador português José Miguel Ribeiro, que combina cinema de animação com imagem real, estreia-se a 18 de dezembro em cerca de dez salas de exibição comercial, no país – o filme poderá ser visto nos cinemas Ideal e City em Lisboa e nas salas da cadeia UCI.
"Papel de Natal" é o primeiro filme em que José Miguel Ribeiro combina duas práticas distintas do cinema: imagem real e cinema de animação em volumes, neste caso com cartão.
Esta média-metragem (com cerca de 40 minutos) é protagonizada por Dodu, um rapaz de cartão que foi construído a partir de desperdícios de papel por uma menina chamada Camila, que anda à procura do pai. A missão de Dodu é encontrar o pai de Camila e resgatá-lo do Monstro Desperdício.
O filme tem implícita uma mensagem ambiental, em torno da reciclagem e do aproveitamento de desperdícios.
A animação em volumes, com papel a cartão, foi feita em 2011, ao longo de vários meses, nos estúdios da produtora em Montemor-o-Novo. Por cada segundo de filmagem foram precisas 12 fotografias de cada cena, para que, no final, se dê a ilusão de movimento.
Só depois é que José Miguel Ribeiro avançou para a rodagem em imagem real, com um elenco que contou com Mariana Achega (Camila), Ivo Canelas (o pai natal Sana), Vitor d’ Andrade (Filipe, pai da Camila) e Crista Alfaiate (Júlia, mãe da Camila).
Na semana da estreia, mas no dia 21, "Papel de Natal" será exibido em Almada, cuja autarquia apoiou a concretização do filme, numa sessão em que será lançada uma aplicação para telemóveis, que inclui um livro digital relacionado com a história.
Dodu, o rapaz de cartão, nasceu para ser o protagonista de uma série de animação para crianças, que não foi totalmente desenvolvida.
"Papel de Natal", com argumento de Virgílio Almeida e música de Fernando Mota, será exibido em sala acompanhado por duas curtas-metragens de animação: "Dodu – Balão Lua", de José Miguel Ribeiro, e "O Gigante", de Júlio Vanzeler e Luís da Matta Almeida.
José Miguel Ribeiro, 48 anos, é autor do filme "A suspeita" (2000), distinguido com o Cartoon d’Or, um dos mais de vinte prémios internacionais conquistados.
A este filme juntam-se ainda a série "As Coisas Lá de Casa", as produções "O Banquete da Rainha", "O Passeio de Domingo" e "Viagem a Cabo Verde".
Foi um dos fundadores da produtora Sardinha em Lata, da qual se desvinculou para fundar, em 2012, uma nova produtora de cinema, a Praça Filmes, em Montemor-o-Novo.