Isabelle Huppert em

25 Fev 2017 0:12

E se os Óscares não estivessem antecipadamente "decididos"? Este ano, de facto, a margem de surpresas possíveis parece mais reduzida que nunca… Ou não? Eis três tópicos, entre a linha da frente e os bastidores, a ter em conta na madrugada de domingo para segunda-feira.


* LA LA LAND —
Goste-se mais ou goste-se menos, importa reconhecer que o filme "La La Land" reinscreveu o género musical na actualidade do cinema e, em particular, na dinâmica de produção de Hollywood. Será que vamos assistir a uma nova idade do musical, capaz de rivalizar com a Metro Goldwyn Mayer dos anos 40/50? Não sabemos. Mas podemos supor que os prémios mais que prováveis para "La La Land", incluindo o Óscar de melhor filme, vão fazer com que o musical deixe de ser uma curiosidade nostálgica, para voltar a emergir como um fenómeno do presente, do nosso presente.


* ISABELLE HUPPERT —
Na corrida ao Óscar de melhor actriz, mesmo os que consideram que Emma Stone, a estrela feminina de "La La Land", já fez muito melhor, reconhecem-lhe um evidente favoritismo — quanto mais não seja porque o fenómeno "La La Land" pode mesmo traduzir-se numa espectacular acumulação de prémios. Em todo o caso, convém não menosprezar as hipóteses de Isabelle Huppert: o seu papel no filme "Ela", de Paul Verhoeven, é suficientemente atípico e desconcertante, numa palavra, original para atrair uma estatueta dourada. E, já agora, sabemos que tudo isso valeu um Óscar a outra francesa — foi Marion Cotillard, em 2008, com a sua interpretação de Edith Piaf em "La Vie en Rose".


* MEL GIBSON —
E se este fosse um daqueles anos em que o melhor realizador eleito pela Academia não é o realizador do filme consagrado como melhor do ano? A pergunta pode colocar-se assim, de forma muito directa: e se Damien Chazelle não ganhar, mesmo que ganhe o seu "La La Land"? Nesse caso, devemos considerar seriamente a hipótese Mel Gibson. É que o seu filme, "O Herói de Hacksaw Ridge", tem correspondido também a uma espécie de calorosa reintegração de um filho pródigo de Hollywood. Se tudo isso acontecer, curiosamente, repete-se o que aconteceu o ano passado — Alejandro González Iñarritú ganhou como melhor realizador, com "The Revenant", mas o filme do ano foi "O Caso Spotlight".

  • cinemaxeditor
  • 25 Fev 2017 0:12

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