5 Dez 2014 18:12
O aniversário do realizador Manoel de Oliveira, que completa 106 anos a 11 de dezembro, vai ser assinalado com a estreia em Portugal do seu mais recente filme, "O Velho do Restelo", e a exibição de três curtas-metragens.
De acordo com a produtora e distribuidora Midas Filmes, organizadora do programa, nesse dia regressam às salas de cinema três filmes relacionados com o Porto, cidade natal de Oliveira: "Douro, Faina Fluvial" (1931), "O Pintor e a Cidade" (1956), "Painéis de São Vicente de Fora – Visão Poética" (2010).
"O Velho do Restelo" – baseado em partes do livro "O Penitente", de Teixeira de Pascoaes, e argumento do cineasta – estreia a 11 de dezembro no Cinema Ideal, em Lisboa, e no Teatro Rivoli, no Porto, no âmbito do festival de cinema Post Doc, e irá ainda circular por todo o país.
O filme teve estreia mundial a 2 de setembro deste ano, no Festival Internacional de Cinema de Veneza, depois de ter sido apresentado à imprensa internacional no mesmo certame, tendo passado até hoje por festivais em Toronto, Nova Iorque, São Paulo e Viena.
Manoel de Oliveira – que recebeu um Leão de Ouro de carreira em Veneza, em 2004 – reúne, neste novo filme, num banco de jardim do século XXI, personagens e escritores históricos: Dom Quixote, Luís Vaz de Camões, Teixeira de Pascoaes e Camilo Castelo Branco, que falam sobre o passado e o presente.
As personagens são interpretadas por Luís Miguel Cintra (Camões), Ricardo Trepa (Dom Quixote), Diogo Dória (Teixeira de Pascoaes) e Mário Barroso (Camilo Castelo Branco).
O novo filme do cineasta é uma produção de O Som e a Fúria, em coprodução com a distribuidora Francesa Epicentre Films, entidade que distribui os filmes de Oliveira em França, desde "Cristóvão Colombo, O Enigma" (2008).
A rodagem teve início em abril deste ano, no Porto, cidade onde o cineasta nasceu, em 1908, tendo criado até hoje mais de três dezenas de filmes.
Recentemente, Manoel de Oliveira descreveu "O Velho do Restelo" como "uma reflexão sobre a Humanidade", numa entrevista à publicação norte-americana Variety.
A propósito da figura do "Velho do Restelo", presente em "Os Lusíadas", de Camões, o cineasta considera que não representa a derrota, mas sim um "aviso".