10 Out 2022 17:16
O antigo produtor de cinema Harvey Weinstein, já condenado em Nova Iorque, regressa ao tribunal na segunda-feira para um novo julgamento por violação e agressão sexual, desta vez em Los Angeles, onde enfrenta até 140 anos de prisão.
O novo julgamento coincide quase ao dia com o quinto aniversário do movimento #MeToo, desencadeado por revelações do seu comportamento sexual predatório.
Em Los Angeles, Weinstein, de 70 anos, é acusado de violar ou agredir sexualmente cinco mulheres em hotéis entre 2004 e 2013.
O julgamento, que se prevê dure dois meses, começa segunda-feira com a selecção do júri. Em julho de 2021, o antigo magnata de Hollywood declarou-se inocente nas audiências preliminares.
A sua condenação em Março de 2020 em Nova Iorque, seguida de entrada de imediato na prisão e um apelo rejeitado, representou uma grande vitória para o movimento #MeToo.
Quase 90 mulheres, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rosanna Arquette, acusaram Harvey Weinstein de assédio sexual, agressão, ou violação. Muitos destes casos, alguns dos quais datam de 1977, já prescreveram.
As alegações são "não comprovadas, não credíveis e não fundamentadas", disse o advogado Mark Werksman à imprensa em Julho de 2021.
No julgamento de Nova Iorque, a acusação pediu aos jurados que acreditassem na palavra das vítimas, sem apresentar provas forenses, ou chamar quaisquer testemunhas a depor.
Na Califórnia, Harvey Weinstein é acusado de violação de uma modelo italiana num hotel de Beverly Hills, em Fevereiro de 2013, e de agressão sexual a Lauren Young, uma aspirante a actriz, na casa de banho de outro hotel.
O ex-produtor enfrenta também acusações no Reino Unido por agressões sexuais que datam de 1996.
Antes da sua queda, a influência de Weinstein em Hollywood não tinha paralelo. Ao longo dos anos, os filmes por ele produzidos, tais como "Sacanas Sem Lei", de Quentin Tarantino, ou "A Paixão de Shakespeare", receberam mais de 300 nomeações para os Óscares e ganharam 81 estatuetas.