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27 Out 2025

A relação com a natureza, o assédio sexual e a violência de género, e a luta de diversos povos por sobrevivência e dignidade são os temas centrais que marcam o 12º Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival.

Fiel à missão de promover o cinema feito pelas mulheres do Mediterrâneo, o festival decorre de 28 de outubro a 6 de novembro, em seis locais de Lisboa: Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Museu do Aljube, Casa do Comum, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e Goethe-Institut.

Da programação fazem parte a curta-metragem de ficção “O Jardim Em Movimento”, de Inês Lima, e o documentário “Isto Não é um Jardim”, de Marta Pessoa, dois filmes portugueses que interrogam a complexa relação entre humanos e natureza a partir dos jardins. Segundo a realizadora Marta Pessoa, que estará presente na sessão, “as cidades levantam grandes problemas e desafios na nossa relação íntima com a natureza. Questionar a cidade a partir do seu ‘habitar’ vegetal é urgente. Outros capítulos virão. As nossas ações ditarão os passos seguintes. Nos filmes, como na vida”. Dia 1 de novembro (sábado), às 19h00, no Cinema São Jorge.

“A Grotto for Sale” (Líbano), de Muriele Honein, “Mefite” (Itália), de Beatrice Surano, “WAO Zone” (Espanha), de Nagore Eceiza Mujika, “Cantos da Metamorfose Ou Aquela Vez Em Que Eu Encarnei Como Boto” (Portugal), de Ainá Xisto, e “Memories of My Mother” (Espanha), de Nú Larruy, são cinco curtas que exploram a perturbação do equilíbrio dos ecossistemas e o tema do ambiente de ângulos e géneros cinematográficos muito diferentes. “Toda a luta ambientalista começa com uma primeira faísca”, diz a realizadora italiana Beatrice Surano, que estará presente na sessão. Dia 2 de novembro (domingo), às 14h00, no Cinema São Jorge.

Nestes filmes, o cinema torna-se ferramenta de denúncia e de imaginação política para construir novos futuros, apontando para modelos de convivência mais justos e sustentáveis. A guionista e realizadora Fernanda Polacow (também consultora de escrita no Torino Film Lab, na Netflix and Portuguese Film Academy e no IndieLisboa Lab) aborda este assunto no workshop “Can Cinema Help Save the Planet?” para o público em geral, em inglês. Dia 2 de novembro (sábado), às 10h30 (com duração de 120 min), no Cinema São Jorge.

My Grandmother’s Secret (Egipto), de Nourhan Abdelsalam, e Yet Another One (Croácia), de Karla Jelić, são duas curtas documentais feitas por realizadoras que usam o cinema para expor a violência contra as mulheres. Na primeira curta-metragem, Nourhan revela uma série de atos violentos que a sua avó sofreu quando era criança. Já a segunda retrata a jornada de uma estudante de cinema croata que resolve denunciar o professor que a assediou. Dia 31 de outubro (sexta), às 15h30, no Cinema São Jorge.

Exibida no Festival de Cannes deste ano, a curta Moi Aussi, da francesa Judith Godrèche (muito conhecida pelos seus trabalhos como actriz), coloca sobreviventes da violência sexista lado a lado nas ruas de Paris. Já a longa-metragem italiana Echo of Sunken Flowers, de Rosa Maietta, investiga nos arquivos de Nápoles histórias de mulheres há muito esquecidas e silenciadas. A sessão contará com a presença de Maietta. Dia 1 de novembro (sábado), às 21h45, no Cinema São Jorge.

A curta Red Lace, de Andrea Adame e Paula Trejo Espada, e o documentário My Sextortion Diary, de Patricia Franquesa, são duas produções espanholas que abordam os problemas da masculinidade tóxica e da violência sexual online. Franquesa conta que realizou My Sextortion Diary para se libertar do assédio que estava a sofrer: “Como documentarista, vi uma oportunidade de usar esse pesadelo para conscientizar e quebrar o silêncio que a vergonha e o constrangimento nos afogam”. Haverá um debate com a presença das realizadoras após a sessão. Dia 2 de novembro (domingo), às 16h30, no Cinema São Jorge.

  • CINEMAX - RTP
  • 27 Out 2025 15:43

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