No papel do jornalista Bob Woodward, em

18 Jan 2019 0:06

Dizem as notícias que Robert Redford poderá terminar a sua carreira de actor com o filme “O Cavalheiro com Arma” — será uma despedida em beleza, sem dúvida. Aos 82 anos de idade, ele conserva a mesma pose contida, ambivalente e sedutora que tinha quando começou a sua carreira, na televisão, no começo da década de 60 — e nessa altura passou por séries tão populares como “Perry Mason”, “Naked City” ou “Alfred Hitchcock Apresenta”.

Redford é, de facto, um actor cuja carreira começou na idade de ouro da televisão americana, mas que rapidamente se adaptou aos muitos contrastes da produção cinematográfica dos anos 60, através de títulos como “O Estranho Mundo de Daisy Clover” (1965), um melodrama, “Perseguição Impiedosa” (1966), um “thriller”, e “Descalços no Parque” (1967), uma comédia romântica. O primeiro grande sucesso aconteceria em 1969, ao lado de Paul Newman, no western “Dois Homens e um Destino” — um filme que várias gerações identificaram através de "Raindrops Keep Fallin’ on My Head ", uma célebre canção de Burt Bacharach.

Depois de “Dois Homens e um Destino”, Redford passou a encarnar um certo ideal americano, afinal enraizado no imaginário clássico de Hollywood — descobrimo-lo, assim, em títulos tão emblemáticos como “O Nosso Amor de Ontem” (1973), um melodrama com Barbra Streisand, “Os Homens do Presidente” (1976), sobre o escândalo Watergate, ou ainda “África Minha” (1985), definindo um par lendário com Meryl Streep.

Entretanto, fundou o Instituto Sundance para apoiar a produção independente e tem mantido também uma notável carreira como realizador de títulos como “Gente Vulgar” (1980), “O Encantador de Cavalos” (1998) e esse filme muito pouco conhecido que é “A Conspiradora” (2010), uma espécie de inquérito policial sobre o assassinato de Abraham Lincoln.



Entre as nove longas metragens que Robert Redford já dirigiu, há uma que, pela sua raridade temática, merece um destaque muito especial: chama-se “Quiz Show”, tem data de 1994, conta com Ralph Fiennes no papel central e evoca o caso verídico de um concurso televisivo, em finais dos anos 50, que, veio a saber-se, estava viciado. Aí encaixava de forma exemplar o tema clássico de Kurt Weill e Bertolt Brecht , “Mack the Knife” — na voz tão especial, e também tão esquecida, de Bobby Darin.

  • cinemaxeditor
  • 18 Jan 2019 0:06

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