3 Nov 2015 14:38
"Os Profissionais da Crise", com o ator português Joaquim de Almeida no papel de um político boliviano que Sandra Bullock vai ajudar reeleger foi um dos fracassos de bilheteira do fim-de-semana nos EUA.
O drama político realizado por David Gordon Green é mais um título que esbarra com a indiferença do público adulto a quem era destinado. É também a pior estreia norte-americana de sempre para um filme onde Sandra Bullock é protagonista.
O argumento foi buscar inspiração ao documentário homónimo lançado em 2005. A realizadora Rachel Boynton acompanhou o grupo de consultores norte-americanos contratados para levar o candidato presidencial Gonzalo Sánchez de Lozada ao triunfo nas eleições de 2002. Goni, como é conhecido no seu país, venceu, mas foi obrigado a deixar o cargo um ano depois na sequência dos conflitos sociais sobre a exploração das reservas de gás natural do país, abrindo caminho para o triunfo do atual presidente, Evo Morales.
Produzido por George Clooney e Grant Heslov, o filme foi mal recebido por grande parte da crítica dos EUA. Andrew O’Heir, da Salon, crê que os aspetos mais importantes da história foram sanitizados de forma a dar-lhe um aspeto de neutralidade "hollywoodesca". Stephanie Merry, do The Washington Post, acha que lhe falta a piada e a acutilância necessárias a uma sátira, e Manohla Dargis, do The New York Times, vê na lição de moral que conclui o filme o golpe que acaba por o matar.
No entanto, "Os Profissionais da Crise" não está sozinho na lista de fracassos recentes de bilheteira. "Burnt", com Bradley Cooper, "Bem-Vindos ao Afeganistão", com Bill Murray, "Crimson Peak", com Mia Wasikowska, Jessica Chastain e Tom Hiddleston, e até "A Ponte dos Espiões", com Tom Hanks, todos eles, de alguma forma, ficaram longe dos grandes resultados que, por agora, parecem reservados à animação, às aventuras da Marvel e, claro… a um tal de James Bond.