7 Jun 2017 18:45
A sequela do documentário "Uma Verdade Inconveniente", obra que aborda os perigos do aquecimento global e que tem como figura condutora o ex-vice-Presidente americano Al Gore, vai incluir a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
A informação foi avançada pela publicação especializada americana Variety.
Intitulado na versão original "An Inconvenient Sequel: Truth to Power", o documentário vai chegar às salas de cinema a 28 de julho, mas o estúdio Paramount Pictures decidiu acrescentar elementos referentes ao anúncio que foi feito na quinta-feira pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
"A montagem final vai abordar o que aconteceu", indicou Katie Martin, porta-voz do estúdio, em declarações à publicação americana.
O ex-vice-Presidente dos Estados Unidos Al Gore mantém-se como figura condutora deste documentário que vai relatar como o Acordo de Paris foi alcançado em dezembro de 2015.
Para Gore, a decisão de Trump é "imprudente e indefensável", segundo referiu num comunicado.
"Enfraquece a posição dos Estados Unidos no mundo e ameaça prejudicar a capacidade da humanidade de resolver a tempo a crise climática. Mas não há dúvidas: se o Presidente não liderar, então as pessoas irão fazê-lo", acrescentou.
Este novo documentário, realizado por Bonni Cohen e Jon Shenk, integrou uma nova secção do Festival de Sundance (maior festival de cinema independente norte-americano), intitulada The New Climate, dedicada à reflexão e à discussão sobre o meio ambiente.
A obra inclui intervenções de Trump, ainda como candidato à Casa Branca, nas quais graceja sobre as alterações climáticas e o aquecimento global.
Durante a campanha para as presidências norte-americanas, Donald Trump criticou duramente o Acordo de Paris e as alterações climáticas, um fenómeno que chegou a caracterizar como uma "invenção" dos chineses.
O documentário "Uma Verdade Inconveniente" ("An Inconvenient Truth" na versão original) foi realizado por Davis Guggenheim e, em 2007, venceu o Óscar de melhor documentário.
Trump anunciou na quinta-feira que os Estados Unidos iam abandonar o Acordo de Paris, justificando a decisão com a desvantagem que o acordo climático representa para o país.
Concluído em 12 de dezembro de 2015 na capital francesa, assinado por 195 países e já ratificado por 147, o acordo entrou formalmente em vigor em 04 de novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.
Portugal ratificou o acordo de Paris em 30 de setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo.
O acordo histórico teve como "arquitetos" centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China.