Peter O'Toole em

1 Jul 2016 19:33

Joseph Conrad é um escritor fascinante, cinematograficamente fascinante apetece dizer, de tal modo os mais diversos cineastas o têm adoptado como multifacetada fonte de inspiração. "Posto Avançado do Progresso", de Hugo Vieira da Silva, é o exemplo mais recente. Mas há também esse filme mágico e inquietante através do qual deparamos com as fronteiras mais remotas da verdade humana — baseia-se em "O Coração das Trevas" e chama-se "Apocalypse Now". 



A dramática canção dos Doors falava — e fala — do fim de todas as coisas, de todas as crenças. Por calculado paradoxo era com ela que Francis Ford Coppola abria o seu filme. Estava-se em 1979 e o cenário do Vietname conferia nova força simbólica ao livro de Conrad. Alguns anos antes, em 1965, Richard Brooks filmara "Lord Jim", com Peter O’Toole, uma saga que nos leva do canal de Suez aos mares da China.
 


A música de "Lord Jim" era assinada por Bronislaw Kaper, brilhante compositor de origem polaca que teve uma carreira exemplar em Hollywood. Cerca de uma década mais tarde, mais precisamente em 1977, Ridley Scott adaptava outra história de Conrad, "O Duelo", filme com Keith Carradine e Harvey Keitel que foi um verdadeiro fenómeno de culto — a música é de Howard Blake.
 


Dir-se-ia que as histórias de Conrad inspiram o melhor de cada criador musical. Em 1996, por exemplo, Christopher Hampton adaptou "O Agente Secreto" num filme magnífico, infelizmente pouco conhecido, uma espécie de melodrama policial encenada com inexcedível rigor — a banda sonora era assinada por Philip Glass. 

  • cinemaxeditor
  • 1 Jul 2016 19:33

+ conteúdos