O herói da fábula de George Miller — entre o natural e o digital

6 Jun 2015 18:54

Autor de "Mad Max: Estrada da Fúria" (e de toda a série "Mad Max") George Miller, argumentista, realizador, produtor, nascido na Austrália, em 1945, é o que se pode chamar um homem versátil. Afinal de contas, ele tem sido também um profissional empenhado em explorar os domínios da fábula infantil. O exemplo mais delicioso dessa sua vocação surgiu em 1995 e tem como título "Um Porquinho Chamado Babe" — Miller é o produtor, sendo a realização assinada por Chris Noonan.

Babe é o nome de um simpático porquinho que cresceu numa quinta, no meio de cães pastores — de tal modo que o seu sonho (apetece mesmo dizer: o seu projecto de vida) consiste em aprender a arte de controlar as ovelhas no meio do campo e tornar-se num porco que trata dos rebanhos. Não é fácil, mas a alegria da fábula triunfa.

"Um Porquinho Chamado babe" acaba por ser um exemplo modelar de como um cinema marcado por uma enorme sofisticação técnica não tem de ficar limitado a encenar explosões mais ou menos ruidosas. Nada disso: o porco, as ovelhas, os cães e os patos todos se movem com impecável elegância, garantindo, afinal, as maravilhas clássicas da fábula — esta é mesmo uma história do tempo em que os animais falavam.



Na temporada de prémios de 1995-1996, "Um Porquinho Chamado Babe" arrebatou duas significativas distinções: nos Globos de Ouro, foi eleito melhor filme na categoria de musical ou comédia; e nos Oscars ganhou a estatueta para melhores efeitos visuais — em resumo, o trabalho de George Miller foi consagrado no plano da execução técnica e também enquanto objecto artístico.
  • cinemaxeditor
  • 6 Jun 2015 18:54

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