A
estreia enquanto realizadora da atriz Maggie Gyllenhaal («A
Secretária», «Crazy Heart», «O Cavaleiro das Trevas») dá voz às pulsões
mais íntimas de uma mãe que optou pela vida pessoal e profissional, em
detrimento das obrigações domésticas e familiares. A história que quebra
tabus sobre a maternidade, foi escrita por Elena Ferrante, a misteriosa
autora da tetralogia «A Amiga Genial», já adaptada para cinema e série televisiva.
Em 2021, «A Filha Perdida» venceu o prémio de melhor argumento no festival de Veneza. O CINEMAX acompanhou a conferência de Imprensa da realizadora e argumentista Maggie Gyllenhaal.
"Estas são verdades secretas sobre o universo feminino, de alguma forma isto é uma experiência pela qual muita gente passa, mas
ninguem fala sobre isso. Eu senti-me muito reconfortada quando li sobre
isto no livro. Estas são verdades secretas sobre a vida feminina, e eu
gostei de poder falar sobre isso." Foi
assim que Maggie Gyllenhaal se referiu ao livro de Elena Ferrante (publicado em 2006) que
leu há alguns anos e que a deixou perturbada mas também reconfortada.
ninguem fala sobre isso. Eu senti-me muito reconfortada quando li sobre
isto no livro. Estas são verdades secretas sobre a vida feminina, e eu
gostei de poder falar sobre isso." Foi
assim que Maggie Gyllenhaal se referiu ao livro de Elena Ferrante (publicado em 2006) que
leu há alguns anos e que a deixou perturbada mas também reconfortada.
"Lembro-me de achar que aquela mulher era completamente louca, mas
depois percebi que me identificava com ela, pensei: será que eu sou
completamente louca? Ou será que de alguma forma aquilo relatava a
experiência pela qual muitas e muitas pessoas passam, mas sobre a qual
ninguém quer falar?"
depois percebi que me identificava com ela, pensei: será que eu sou
completamente louca? Ou será que de alguma forma aquilo relatava a
experiência pela qual muitas e muitas pessoas passam, mas sobre a qual
ninguém quer falar?"
No
filme Olivia Colman é Leda, uma mulher de meia idade que durante umas
férias solitárias à beira mar, relembra o passado e o facto de ter sido
mãe muito jovem, e a decisão que tomou na altura de não deixar que a
maternidade alterasse os planos da carreira e a sua vida pessoal.
filme Olivia Colman é Leda, uma mulher de meia idade que durante umas
férias solitárias à beira mar, relembra o passado e o facto de ter sido
mãe muito jovem, e a decisão que tomou na altura de não deixar que a
maternidade alterasse os planos da carreira e a sua vida pessoal.
Maggie
Gyllenhaal, também ela mãe de duas raparigas, sentiu-se atraída pela
história e pela ideia de partilhar com o mundo as pulsões mais intimas
do que significa ser mãe. A história desafiante de Elena Ferrante foi o
pretexto para se atrever a realizar, num processo que a atriz
considera muito semelhante ao trabalho de um ator, "porque implica
refletir sobre o que é a essência da história, e de que forma se
relaciona connosco".
Gyllenhaal, também ela mãe de duas raparigas, sentiu-se atraída pela
história e pela ideia de partilhar com o mundo as pulsões mais intimas
do que significa ser mãe. A história desafiante de Elena Ferrante foi o
pretexto para se atrever a realizar, num processo que a atriz
considera muito semelhante ao trabalho de um ator, "porque implica
refletir sobre o que é a essência da história, e de que forma se
relaciona connosco".
Da
parte da escritora (cuja identidade permanece desconhecida por vontade
da mesma), Maggie Gyllenhaal recebeu a autorização para avançar, mas com
uma condição: "ela disse que sim, mas que o contrato ficava sem
efeito se eu não dirigisse o filme. Fiquei cheia de medo, porque achava
que podia ir passo a passo, primeiro escrever o argumento e depois ver o
que acontecia. Mas por outro lado, achei que havia uma espécie de voto
de confiança cósmico vindo do universo."
parte da escritora (cuja identidade permanece desconhecida por vontade
da mesma), Maggie Gyllenhaal recebeu a autorização para avançar, mas com
uma condição: "ela disse que sim, mas que o contrato ficava sem
efeito se eu não dirigisse o filme. Fiquei cheia de medo, porque achava
que podia ir passo a passo, primeiro escrever o argumento e depois ver o
que acontecia. Mas por outro lado, achei que havia uma espécie de voto
de confiança cósmico vindo do universo."
Um
retrato da maternidade imaginado no livro de Elena Ferrante, passado a
cinema por Maggie Gyllenhaal é um drama desafiante sobre o lado obscuro e
silencioso das mulheres que questionam o sentido e as opções de vida,
no momento em que se tornam mães.