27 Mar 2019 19:32
É bem verdade que com esse filme magnífico que é “Roma”, a Netflix veio provar que, hoje em dia, as plataformas de streaming são decisivas na vida dos filmes — e do cinema em geral. Mas vale a pena não esquecer que “Green Book”, o filme que arrebatou o Oscar principal referente à produção de 2018 é ainda produto de um dos grandes estúdios clássicos de Hollywood, a Universal Pictures.
“Uma Mente Brilhante”, uma realização de Ron Howard, com Russell Crowe e Jennifer Connelly, lançada em 2001, tinha sido o último título a dar à Universal o Oscar de melhor filme do ano. É uma das muitas vitórias do estúdio. Alguns anos antes, uma das mais marcantes dessas vitórias resultou do trabalho de um cineasta várias vezes ligado à Universal: Steven Spielberg — foi em 1993 que Spielberg assinou "A Lista de Schindler", admirável evocação da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto, tendo arrebatado sete Oscars, incluindo o de melhor filme do ano.
Vale a pena lembrar também que, algumas das vezes em que Spielberg chegou à corrida para o Oscar de melhor filme do ano, conseguiu tal proeza através de títulos, precisamente, com chancela da Universal. Um deles será, por certo, o emblema mais forte da sua obra — tem data de 1982 e chama-se “E.T. – O Extra-terrestre”. O outro, "Tubarão" (1975), é conhecido e reconhecido pelo tema musical de John Williams.
A Universal conquistou também o prémio máximo da Academia de Hollywood com uma produção de 1978, “O Caçador”, de Michael Cimino, um dos títulos mais importantes que se fizeram sobre o envolvimento militar dos EUA no Vietname. E é forçoso recordar outra proeza do estúdio: a história da escritora Karen Blixen, interpretada por Meryl Streep, contracenando com Robert Redford, em “África Minha”, sob a direcção de Sydney Pollack — renovando as subtilezas da epopeia romântica, foi Oscar de melhor filme de 1985.