16 Fev 2022 20:02
"Alcarràs", da espanhola Carla Simón, um drama sobre tradição e incerteza perante o futuro, venceu a 72.ª edição do Festival de Berlim. A segunda-longa metragem da cineasta, que conta a história de uma família catalã em risco de perder a sua quinta, valeu-lhe receber o mais importante prémio do certame das mãos do presidente do júri, M. Night Shyamalan.
Do palmarés da competição internacional, fazem ainda parte “The Novelist’s Film”, do coreano Hong Sangsoo, Urso de Prata correspondente ao Grande Prémio do Júri, e "Robe of Gems", Urso de Prata do Prémio do Júri para a primeira obra da boliviana Natalia Lopez Gallardo, montadora habitual de Carlos Reygadas.
Claire Denis venceu o Urso de Prata para melhor realização com "Avec amour et acharnement", drama de uma mulher que regressa a um antigo amor protagonizado por Juliette Binoche e Vincent Lindon.
Meltem Kaptan ganhou o prémio de melhor interpretação do festival pelo papel da determinada mãe de um jovem preso por suspeitas de terrorismo após o 11 de setembro no filme “Rabiye Kurnaz gegen George W. Bush”. A distinção entre os secundários foi para Laura Basuki, por "Nana".
Na segunda secção competitiva, designada "Encontros", o prémio de melhor filme coube à alemã Ruth Beckermann com “Mutzenbacher”, um documentário que é também uma experiência cinematográfica que coloca uma sucessão de homens de várias idades perante o texto quase pornográfico de uma novela de autor anónimo publicada em 1906.
A melhor realização foi para a cineasta suíça Cyril Schäublin, por “Unrueh”, enquanto a realizadora e escultora iraniana Mitra Farahani recebeu uma menção honrosa por "À vendredi, Robinson".
Entre as curtas metragens, o Urso de Ouro foi para “Trap”, da russa Anastasia Veber. “Manhã de Domingo”, do brasileiro Bruno Ribeiro recebeu o Urso de Prata e “Bird in the Peninsula”, de Atsushi Wada foi distinguido com uma menção honrosa.
“Myanmar Diaries” recebeu o Prémio Berlinale para o melhor documentário. Filmado por dez jovens cineastas birmaneses, que devem permanecer anónimos porque revelar os seus nomes arriscaria as suas vidas, este chocante apelo cinematográfico mostra o rescaldo do golpe militar em Myanmar a 1 de Fevereiro de 2021.
Palmarés do Júri Internacional
Urso de Ouro Melhor filme
“Alcarràs”, Carla Simón (Espanha)
Urso de Prata Grande Prémio do Júri
“The Novelist’s Film”, de Hong Sangsoo (Coreia do Sul)
Urso de Prata Prémio do Júri
“Robe of Gem”, de Natalia Lopez Gallardo
Urso de Prata Melhor realização
"Avec amour et acharnement", de Claire Denis
Urso de Prata Melhor ator/atriz
Meltem Kaptan, por “Rabiye Kurnaz gegen George W. Bush” (Alemanha)
Urso de Prata Melhor ator/atriz secundário
Laura Basuki, por "Nana" (Indonésia)
Urso de Prata Melhor argumento
“Rabiye Kurnaz gegen George W. Bush”, de Laila Stieler (Alemanha)
Urso de Prata Melhor contribuição artística
“Everything Will Be OK”, de Rithy Panh (Cambodja)
Menção honrosa
“Drii Winter”, de Michael Koch (Suíça)
Prémio Berlinale Melhor documentário
“Myanmar Diaries”, The Myanmar Film Collective (Myanmar)
Menção honrosa, “No U-Turn” de Ike Nnaebu (Nigéria)
Palmarés do Júri Internacional de curtas-metragens
Urso de Ouro Melhor curta-metragem
“Trap”, de Anastasia Veber (Rússia)
Urso de Prata Prémio do júri de curtas-metragens
“Manhã de Domingo”, de Bruno Ribeiro (Brasil)
Menção honrosa
“Bird in the Peninsula”, de Atsushi Wada (Japão)
Palmarés Secção Encontros
Melhor filme
“Mutzenbacher”, de Ruth Beckermann (Alemanha)
Melhor realização
“Unrueh”, de Cyril Schäublin (Suíça)
Prémio Especial do Júri
"À vendredi, Robinson", de Mitra Farahani (Irão)