Aaron Eckhart e Tom Hanks — recordando os dramáticos eventos de 15 de Janeiro de 2009


joao lopes
8 Set 2016 16:17

A 15 de Janeiro de 2009, Chesley Sullenberger, comandante de um avião que tinha acabado de levantar do aeroporto de LaGuardia, na zona norte de Nova Iorque, viu-se perante a necessidade de tomar uma decisão absolutamente inédita: tentar regressar ao aeroporto e correr o risco de se despenhar numa zona residencial ou… "aterrar" nas águas do Hudson!

O novo filme de Clint Eastwood, "Milagre no Rio Hudson", parte desses eventos amplamente divulgados na comunicação social de todo o planeta — Sullenberger, ou apenas Sully como os amigos o tratavam ("Sully" é, aliás, o título original), conseguiu a proeza de salvar as 155 pessoas que estavam no avião, mas viu-se confrontado com um inquérito organizado no sentido de mostrar que a sua opção foi errada (o filme tem como ponto de partida o livro que o próprio Sullenberg publicou).
Digamos, para simplificar, que o interesse de Eastwood por Sully está longe de se reduzir ao efeito espectacular de "reconstituição" do incidente (embora tal seja feito através de mais brilhante utilização de efeitos especiais que, em muitos anos, vimos no cinema americano). Aquilo que conduz o seu filme é, justamente, a tensão entre as razões individuais, muito concretas e muito humanas, e os valores de uma visão do mundo alicerçada apenas nos automatismos dos computadores.
Nesta perspectiva, pode dizer-se que Eastwood reencontra as razões humanistas de uma visão do mundo que, afinal, em termos cinematográficos, provém do mais depurado classicismo de Hollywood. Tais razões contam, como sempre, com a decisiva contribuição de um magnífico lote de actores — Tom Hanks é notável na subtil composição de Sully (por certo, a caminho de uma nova nomeação para o Oscar), como são notáveis Aaron Eckhart, no papel do co-piloto, e Laura Linney, como mulher de Sully.

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