joao lopes
5 Ago 2016 0:48
Infelizmente, não há muito a dizer do novo filme de super-heróis que surge como uma das "grandes apostas" do Verão cinematográfico: "Esquadrão Suicida" é, de facto, uma penosa colecção de números mais ou menos explosivos e violentamente ruidosos, como se o único objectivo fosse reduzir o espectador a uma máquina que não pensa nem sente…
Em boa verdade, a única motivação (?) deste filme escrito e dirigido por David Ayer — que antes tinha assinado o bem curioso "Fúria", com Brad Pitt — é de natureza estratégica e tem a ver com os negócios internacionais da BD/Hollywood. Dito de outro modo: a DC Comics convoca algumas referências fortes do seu universo para tentar contrariar o domínio comercial das produções da Marvel.
A ‘Suicide Squad’ é formada por criminosos que foram convocados para tentar resolver os problemas de segurança nacional dos EUA com que os clássicos vigilantes, a começar por Batman, têm dificuldade em lidar… Na prática, procura-se "colar" através de um humor, tão grosseiro quanto niilista, as peripécias redundantes de uma galeria de personagens, mais parecendo que estamos perante um longuíssimo trailer para o próximo Batman — que, aliás, vai pontuando a acção, com Ben Affleck, sempre com ar enjoado, a fazer pela vida, aliás, a tentar salvar o mundo…
E é sempre penoso ver actores como Will Smith, Margot Robbie ou Jared Leto (em Deadshot, Harley Quinn e Joker, respectivamente) num esforço inglório para tentar conferir alguma vida a figurinhas que não foram minimamente trabalhadas pelo débil argumento. Diz o cliché que uma parte de Hollywood se está a desmembrar porque a direcção dos filmes foi entregue ao departamento de efeitos especiais… Provavelmente, o cliché tornou-se uma triste e desarmante verdade.