No estúdio com Roy Andersson
O sueco Roy Andersson continua a fazer um cinema de pequenos episódios apostados em "simbolizar" as convulsões da vida humana: "Da Eternidade" confirma a sua coerência e também os seus limites.

Não se pode dizer que o sueco Roy Andersson seja um cineasta incoerente. Na verdade, o seu novo filme, "Da Eternidade", é (mais) uma colecção de variações sobre um modelo retórico já aplicado em "Canções do Segundo Andar" (2000), "Tu que Vives" (2007) ou "Um Pombo Pousou num Ramo a Reflectir na Existência" (2014).
Resta saber se tanto basta para construir uma obra que seja algo mais do que uma antologia de "clips" intermutáveis. Face a "Da Eternidade", dir-se-ia que todos os restos do niilismo "new age" encontrarão matéria em que se podem reconhecer, mas não parece que aconteça algo que supere a condição menor do cinema como "ilustração" de conceitos mais ou menos esparsos.