27 Dez 2014 14:26
A Sony Pictures Entertainment (SPE) voltou com a palavra atrás e acabou por estrear mesmo a desaventurada comédia com Seth Rogen e James Franco.
Depois da recusa amedrontada das principais cadeias de cinemas norte-americanas, foram os exibidores independentes que lançaram "The Interview" em sala ao mesmo tempo que o filme chegava às plataformas digitais de video-on-demand.
Os cerca de três mil ecrãs normalmente usados num lançamento importante de uma major nos EUA e Canadá diminuiram para apenas 330, nem todos bem localizados e, regra geral, com menor capacidade do que as salas dos grandes multiplexes.
O filme somou um milhão de dólares no primeiro dia. E caiu.
Críticas e opiniões pouco ou nada entusiastas, o fim do sentimento de que se ia ver algo proibido, tudo isso terá contribuído para o passa-palavra negativo que se gerou.
Além do mais, "The Interview" teve de lutar pelo interesse dos espectadores com títulos fortes como "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos", "Caminhos da Floresta", o novo musical da Disney, ou ainda "Invencível" o drama épico realizado por Angelina Jolie.
As estimativas deste sábado, publicadas nos jornais de trade nos EUA, dão conta de que o box office de "The Interview", durante os quatro dias do fim de semana prolongado de natal, não subirá acima três milhões de dólares. Este é o valor de receita bruta. Embora se desconheçam os termos dos acordos com os exibidores, sabe-se que a divisão de receitas sala/distribuidor ronda os 50% para cada parte. Ou seja, 1,5 milhões de dólares para a Sony.
O filme terá custado 44 milhões de dólares a produzir. Com os custos de marketing e cópias o total gasto poderá chegar facilmente aos 50 milhões.
Mesmo com os bons resultados – não divulgados – no You Tube e Google Play, o estúdio só muito dificilmente irá recuperar o dinheiro enterrado no projeto.
Agora que o segredo terminou e se sabe que "The Interview" é apenas mais uma comédia, e nem sequer particularmente brilhante, o interesse vai diminuir rapidamente. Não será de todo um drama financeiro para a Sony. As consequências a médio prazo serão outras e começarão com quase toda a certeza pelo fim do reinado de Amy Pascal e Michael Lynton, os dois presidentes da SPE. E, claro, por medidas de segurança mais apertadas em tudo o que forem sistemas de informação.