1 Abr 2015 21:48
Negros mais profundos, brancos mais brilhantes, maiores ecrãs e melhor som. Quando a ação trepidante de "Velocidade Furiosa 7" estrear, este fim de semana, a audiência no TCL Chinese Theatre em Hollywood vão ver cada rasgo no pneu e cada luta no novíssimo formato laser da IMAX.
Espera-se que a projeção por laser melhor o contraste. Nas imagens do trailer de "Velocidade Furiosa 7" exibidas com esta tecnologia em exclusivo para a Associated Press, os detalhes eram visivelmente mais nítidos do que num auditório de tamanho padrão com um projetor digital normal. Os negros mais profundos, uma das vantagens apregoadas da projeção a laser, destacavam-se, em particular nos olhos e no cabelo da atriz Michelle Rodriguez, num fato usado pelo ator Jason Stathan, na camisola de alças de Vin Diesel, na pintura e nas sombras do rasto deixado pelos pneus.
"Velocidade Furiosa 7" será o primeiro filme a ter lançamento comercial com projeção a laser. O primeiro projetor deste género começou a funcionar no Scotiabank Theatre de Toronto em dezembro. O Chinese Theatre, um dos maiores cinemas IMAX em todo o mundo, é um de mais de doze locais que a IMAX espera equipar com projeção a laser ainda este ano. Outros na fila de espera incluem o AMC Loews Lincoln Square 13, em Manhattan e o Empire Cinemas Leicester Square em Londres.
Os bilhetes para as sessões iluminadas a laser serão ao mesmo preço das restantes.
No entanto, a projeção a laser é mais do que apenas contraste. A tecnologia permitirá a exibição de mais filmes nos grandes cinemas, afirma o Diretor Executivo da Imax Corp., Rich Gelfond. Até agora, os projetores digitais não puderam usar toda a área dos grandes ecrãs porque as lâmpadas xenon normalmente usadas não são suficientemente potentes. E o alto custo das cópias IMAX, mais brilhantes do que as cópias digitais, significava que só oito filmes por ano podiam ser mostrados em ecrã gigante.
O laser vem mudar tudo. A partir de agora, os ecrãs poderão crescer até aos 43 metros de largura e usar maior superfície em cima e em baixo, afirma Gelfond.
O Chinese Theatre pode exibir filmes em IMAX até uma altura de 29 metros, mais três metros do que antes, diz o presidente da empresa proprietária do cinema, Alwyn Hight Kushner.
Maiores ecrãs significa poder encher salas maiores, com mais lugares e até mesmo construir auditórios maiores a partir do zero, diz Gelfond. Ele espera que a melhor imagme e o áudio de 12 canais que a IMAX está implementar juntamente com a atualização laser irá atrair mais espectadores para os filmes em IMAX que, normalmente, custam mais do que os bilhetes normais de cinema. Espera-se que o sistema a laser aumente os lucros brutos em perto de um milhão de dólares, este ano, disse Gelfond a investidores, em outubro.
"Creio que, com o tempo, esta poderá ser a maior de todas as inovações", afirmou Gelfond numa entrevista concedida na terça-feira à Associates Press. "Mas não vai mudar o mundo num só dia, vai aconter ao ritmo de um par de olhos de cada vez", concluiu.
A IMAX junta-se a outras companhias que estão a fazer a transição para o laser, como o fabricante de projetores Christie, que tem a sua própria oferta de equipamento e uma parceria com a Dolby. Também a Barco Inc. fornece projetores e é fornecedora da IMAX.
Existem cerca de 25 ecrãs em todo o mundo com projeção a laser e perto de metade estão equipados com material da Barco, diz vice presidente para o cinema digital, Patrick Lee.
Espera-se que a Dolby anuncie novos desenvolvimentos nos próximos meses e a Christie afirma que tem meia dúzia de projetores laser instalados.
A IMAX pretende usar o laser apenas nos seus maiores ecrã – com uma largura mínima de 24 metros – em instituições como o Smithsonian, que encomendou três equipamentos para as suas salas IMAX. Até agora, a IMAX tem contrato com mais de 71 cinemas para a instalação do seu sistema laser.
Art Seago, presidente executivo da pequena empresa familiar Santikos Theatres disse que os espectadores sentiram que estavam a ter uma melhor ida ao cinema depois de um sistema laser Barco ter sido instalado no Santikos Palladium IMAX da cidade de San Antonio, em dezembro. Seago em planos para converter todos os grandes ecrãs da empresa para a projeção a laser.
"Eles saber que há algo diferente, mesmo sem lhe dizermos que estão a ver uma projeção a laser", diz. "Pensamos que deve ser o novo padrão de serviço que um espectador deve esperar".
Uma desvantagem do formato é o seu custo elevado. Cada projetor digital ainda custm dezenas de milhares de dólares. Lee, da Barco, diz que a sua oferta de projeção laser custa cerca de quatro a cinco vezes esse valor, uma estimativa que foi repetida pelo porta-voz Christie Dave Paolini. Gelfond diz que o sistema Imax vai custar apenas 50% mais no início, e que o custo vai diminuir ao longo do tempo.
Por causa do custo, não é possível prever ainda a adesão a este novo sistema de projeção, diz Keith Watanabe, diretor de desenvolvimento de negócios da Cinema Equipment and Supplies, com sede em Miami.
"Todo a gente que experimentar vai preferir ver filmes com este sistema", diz ele. "A questão é, haverá capital para fazer este investimento?"
Em Portugal, existem dois ecrã IMAX, em Lisboa, nos cinemas NOS Colombo e, a partir de amanhã, também no multiplex NOS do centro comercial Mar Shopping, em Matosinhos. Nenhum deles está ainda equipado com o novo sistema de projeção laser.