23 Jun 2015 23:09
Na galeria dos actuais autores musicais de Hollywood, James Horner tinha conquistado uma posição de especial destaque: em particular através do seu trabalho com James Cameron, nomeadamente em "Titanic" (1997) e "Avatar" (2009), foi-se impondo como um compositor indissociável dos mais modernos conceitos de espectáculo. Horner faleceu no dia 22 de Junho, numa região do sul da Califórnia, na sequência da queda do pequeno avião que pilotava (e de que era o único tripulante) — contava 61 anos.
A sua actividade como compositor arrancou nos anos 70, executando diversos trabalhos encomendados pelo American Film Institute. Começou a dar aulas de música na UCLA, assinando a sua primeira banda sonora importante para "Na Selva de Chicago" (1979), de Lewis Teague. Obteve as suas duas primeiras nomeações para os Oscars com dois filmes de 1986: "Aliens: o Reencontro Final" (melhor música), de James Cameron, e "Fievel – Um Conto Americano" (melhor canção, partilhada com Barry Man e Cynthia Weil), de Don Bluth.
Quando se tornou um valor seguro da produção dos grandes estúdios, Horner compôs as bandas sonoras de títulos tão diversos como "48 Horas" (1982), de Walter Hill, "Willow" (1988), de Ron Howard, "Campo de Sonhos" (1989), de Phil Alden Robinson, "Braveheart" (1995), de Mel Gibson, ou "Apollo 13" (1995), de novo de Ron Howard — estes três últimos valeram-lhe outras tantas nomeações, mas nunca ganhou.
Seria "Titanic" a consagrá-lo junto da Academia de Hollywood, com Horner a obter duas estatuetas douradas: uma pela música; outra (partilhada com Will Jennings) pela canção "My Heart Will Go On", interpretada por Céline Dion.
Horner tornou-se um dos mais solicitados compositores do cinema americano, surgindo o seu nome ligado a títulos como "O Homem Bicentenário" (Chris Columbus, 1999), "Uma Mente Brilhante" (Ron Howard, 2001), "Tróia" (Wolfgang Petersen, 2004), "Apocalypto" (Mel Gibson, 2006) ou "O Fantástico Homem-Aranha" (Marc Webb, 2012). "Uma Casa na Bruma" (2003), e ainda os já citados "Uma Mente Brilhante" e "Avatar", valeram-lhe mais nomeações para os Oscars.
Deixa uma filmografia de cerca de uma centena e meia de títulos — a nova realização de Jean-Jacques Annaud, "A Hora do Lobo" (estreia portuguesa marcada para 15 de Outubro), foi um dos seus derradeiros trabalhos.