4 Jul 2015 2:07
Hoje, em Vila do Conde, "A Ovelha Choné – o Filme" será o primeiro título do festival de curtas metragens a mostrar também uma especial atenção… às longas. Mais do que isso: a revelar a preocupação de manter uma ligação com os espectadores mais jovens, aliás mais uma vez consagrada pela secção Curtinhas.
É bem verdade que o Curtas Vila do do Conde (4/12 Julho) se mantém fiel à sua lógica de grande montra sobre a actualidade das curtas-metragens. Mas é um facto que, ao longo dos últimos anos, a presença dos títulos de maior duração passou a ser indissociável da oferta do certame. Este ano com um acontecimento em destaque: a primeira exibição pública em Portugal do filme em três partes "As Mil e uma Noites", de Miguel Gomes, emerge como o principal acontecimento do fim de semana de abertura (recorde-se que a estreia mundial ocorreu em Cannes).
Aliás, no cartaz desta 23ª edição avulta uma secção competitiva nacional especialmente forte, incluindo trabalhos de, entre outros, Sandro Aguilar, Salomé Lamas, Filipa César, Jorge Quintela, João Rosas, Basil da Cunha e Luís Alves de Matos, muitos deles ligados à história do próprio festival — tal como Miguel Gomes, de quem será agora editado um DVD de curtas, pretexto para uma conferência a cargo de Eduardo Brito e João Rosmaninho.
Bill Plympton, Kleber Mendonça Filho e Sergei Loznitsa, também eles referências importantes do historial de Vila do Conde, são alguns dos autores presentes na competição internacional de um festival que, além do mais, volta a afirmar a sua aposta numa multifacetada relação com as paisagens musicais. A reter, em particular, o concerto dos Lambchop, programado para o dia de encerramento (dia 12, 22h00), tocando música ao vivo para um filme de Bill Morrison.