11 Fev 2021 12:29
“Detective Chinatown 3”, uma comédia policial que vai na terceira encarnação, e "Hi Mom", um drama romântico, são os filmes do momento na China, na véspera do ano novo lunar, 10 dias de férias também designados por "Festival da Primavera". A história de detetives gerou mais de 87 milhões de euros em pré-vendas (números de quinta-feira divulgados pela agência China News a partir dos dados da bilheteira eletrónica Mayoan). "Hi Mom" foi o segundo mais procurado com 19 milhões de euros em pré-vendas.
Na quadra, vão estrear ainda outros cinco filmes: "A Writer’s Odyssey" e "The Yinyang Master", aventuras que misturam ação e fantasia; a comédia dramática "Endgame"; e duas longas-metragens animadas, "New Gods: Nezha Reborn", e "Boonie Bears: The Wild Life". Ao todo, foram gastos perto de 127 milhões de euros na compra antecipada de bilhetes de cinema para este período, de acordo com a mesma fonte.
Em tempos recentes, desde a abertura da economia e após a construção em massa de novos complexos de exibição, o espectador chinês tomou o hábito ir ao cinema nesta época – que pode ocorrer nos meses de janeiro, ou fevereiro – transformando o Ano Novo Lunar no maior pico de consumo de filmes em sala naquele país, com números que podem equivaler a 15% das receitas anuais. Em 2019 chegaram aos 735 milhões de euros, por oposição a 2020 quando o box office desceu para perto de zero, com o país fechado e a COVID-19 a espalhar-se por toda a parte como um incêndio descontrolado.
Por isso, este regresso prudente à atividade é tão essencial para a distribuição e exibição cinematográfica. Mesmo com as restrições às viagens entre províncias e as limitações à lotação das salas em algumas partes do país. E não é só a China que está a tentar um regresso à normalidade. De acordo com a Gower Street, analista de números de box office, a Ásia gerou 65% das receitas mundiais de bilheteira em janeiro 2021, quase o dobro do que verificava antes da pandemia, com o Japão e a Coreia do Sul a juntarem-se às contas.
Uma situação ainda distante da realidade na Europa, onde as salas voltaram a apagar as luzes enquanto o continente tenta lidar com aumentos exponenciais de infeções e sistemas de saúde saturados.