14 Nov 2016 17:29
Amanhã faz uma semana que Donald Trump foi dado como vencedor surpresa das eleições presidenciais nos Estado Unidos. Desde esse dia, não pararam de chegar reações de personalidades do cinema e da televisão, um setor maioritariamente liberal pelos padrões políticos norte-americanos e que, durante a campanha foi também muito vocal no apoio a Hillary Clinton.
Quase todos se ficaram pelas palavras. Michael Moore, o ativista e realizador de documentários, ele próprio um populista, embora de sinal contrário ao do presidente eleito, pegou numa camera e, com um grupo de manifestantes, forçou entrada na Trump Tower em Nova Iorque, tendo sido impedido por elementos dos serviços secretos. O incidente foi transmitido em direto para a Internet.
À porta do mesmo local, empoleirada num dos camiões carregados de areia que protegem o edíficio, a cantora e atriz Lady Gaga, ergueu um cartaz que dizia "Love Trumps Hate" (algo que em português significa "o amor é mais forte do que o ódio").
Para o resto de Hollywood, bastaram algumas frases e declarações para a imprensa e nas redes sociais.
Um dos primeiros a dar sinal de vida foi Stephen Colbert. O antigo apresentador do Colbert Report no Comedy Central e atual anfitrião do "Late Show" da CBS fez um curto regresso ao cabo com um especial sobre as eleições no canal Showtime.
Em negação durante grande parte da noite, onde a comédia esteve quase sempre presente, Colbert terminou num tom sério que continha uma crítica aos abstencionistas: "Este o momento para que as pessoas entendam que o envolvimento político é uma responsabilidade. Pode optar por não votar, mas não pode optar por não fazer nada. O efeito é este e as pessoas que não votaram verão os efeitos de não fazerem nada."
Outro grande crítico do bilionário, John Oliver, foi mais direto. No seu programa da HBO exclamou: "Como raios chegámos aqui?" e pediu vigilância apertada ao homem que descreve como "um troll da internet, misógino e apoiado pelo Ku-Klux-Klan".
Jennifer Lawrence apela para que "Não se deixem derrotar por isto – deixem que vos enraiveça! Que vos motive!" enquanto Robert de Niro, que chegou a ameaçar dar um soco em Trump diz ter-se sentido "como após o 11 de setembro".
No Twitter, Lena Dunham, criadora e protagonista de "Girls" está ncrédula: "nunca acreditei que Trump ganhasse". Na mesma rede social, Cheyenne Jackson comparou a realidade com a série de cujo elenco faz parte: "Uma verdadeira American Horror Story".
Shonda Rhimes, criadora das séries "Scandal" e "Anatomia de Grey", ameaçou levar os seus sucessos televisivos para o Canadá.
"Não consigo realmente visualizar a criatura divagante e incoerente que vi nos debates a falar à nação a partir da Sala Oval" desabafou o criador de "Family Guy", Seth MacFarlane.
Apesar da cidadania britânica, a autora de Harry Potter também se manifestou. JK Rowling comoveu-se com o discurso de admissão da derrota por parte de Hillary Clinton: "Tenho vontade de chorar. Que grande discurso".
Em declarações à Associated Press, Oprah Winfrey confessou-se "incrédula" com o resultado. Mais tarde, após a reunião de Trump com Obama, na Casa Branca, tentou injetar alguma esperança no futuro pendindo a toda a gente que "respirasse fundo", mas acabou por receber uma chuva de críticas.
Alec Baldwin, que interpretou a personagem de Trump nas sátiras do "Saturday Night Life" durante a campanha, chamou a atenção para o sistema político norte-americano que apelidou de "avariado". Do outro lado da barricada esteve o seu irmão, Stephen Baldwin que afirmou "Deus abençoe a América e o nosso 45º Presidente".
Outras reações do lado conservador incluiram o ator Steven Seagal que congratulou Trump "pela vitória sobre a sua oponente" e expressou desejos de colaborar para "tornar a América grande, outra vez!"
Donald Trump, bilionário, empresário e estrela de um reality show, foi eleito presidente dos EUA na passada terça feira ao derrotar a antiga Secretária de Estado da administração Obama, Hillary Clinton.