

Lars von Trier defende-se após comentários polémicos sobre a guerra na Ucrânia
Em causa um post do Instagram sobre a doação de aviões de combate dinamarqueses à Ucrânia.
O cineasta dinamarquês Lars von Trier, que não é alheio a controvérsias, tanto em relação aos seus filmes como a declarações públicas sobre outros temas, defendeu-se na quinta-feira após ter publicado um post no Instagram criticando a doação de F-16 dinamarqueses à Ucrânia.
“As vidas russas também importam”, escreveu na rede social, na terça-feira, após a visita do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Dinamarca, onde inspeccionou os F-16 que vão ser entregues ao seu país, na companhia da primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen.
Von Trier veio esclarecer que a sua mensagem era dirigida “aos senhores (Vladimir) Putin, Zelensky, sem esquecer a senhora Frederiksen (que ontem, como uma jovem enamorada, posou com um sorriso até às orelhas no cockpit de uma das mais assustadoras máquinas de matar do nosso tempo)”.
O texto, cujos comentários foram desactivados, atraiu a atenção dos meios de comunicação social russos e ucranianos.
“Estava simplesmente a constatar o óbvio: todas as vidas neste mundo são importantes. Uma frase esquecida, ao que parece, de uma época em que o pacifismo era uma virtude”, explicou o realizador de 67 anos num novo post, na quinta-feira.
Nos últimos dias, a imprensa dinamarquesa questionou esta declaração de Lars von Trier, que afirmou em 2011 que “simpatizava” com Hitler, antes de pedir desculpa pelas suas afirmações.
Numa entrevista ao diário Politiken, o académico Jakob Baek Kristensen afirmou que a Rússia acolheu “de braços abertos” os primeiros comentários do realizador.
“Ele defende a ideia de que não é a Rússia que é um agressor implacável, mas que se trata de um conflito legítimo em que a Rússia é igualmente infeliz sempre que sofre perdas”, explica o investigador, especialista em redes sociais.
Peso pesado do cinema dinamarquês, Lars von Trier realizou mais de 14 longas-metragens, muitas vezes perturbadoras e por vezes insuportavelmente violentas.
Foi galardoado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2000.
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