29 Mar 2019 12:07
Agnès Varda, um dos nomes fundamentais da Nova Vaga francesa morreu aos 90 anos. "A realizadora de cinema e artista Agnès Varda" morreu em sua casa na noite de quinta-feira, 29 de março, de problemas relacionados com um cancro. Estava rodeada pela família e amigos", lê-se numa declaração dos familiares divulgada esta sexta-feira.
Nascida na Bélgica, em 1928, refugiada com a família na costa mediterrânica francesa a partir de 1940, Varda, destacou-se também como fotógrafa, argumentista, atriz e artista plástica.
Ganhou notoriedade a partir da sua primeira longa-metragem, "La Pointe-courte", em 1955. É ela que inaugura a Nova Vaga, o movimento francês decidido a quebrar regras e moldes no cinema. Quatro anos antes de François Truffaut ter lançado "Les 400 Coups" (Os Quatrocentos Golpes) e de "Hiroshima mon amour" (Hiroshima Meu Amor" de Alain Resnais, e cinco anos antes de "A bout de souffle" (O Acossado) de Jean-Luc Godard.
Em 1962, a segunda obra de grande fôlego, "Cléo de 5 à 7" (em Portugal, "Duas Horas na Vida de Uma Mulher") vale-lhe a entrada em Cannes que, em 2015, daria a Varda a honra de ser a primeira mulher a receber uma Palma de Ouro honorária.
Frequentemente inspirada pelos acontecimentos e emoções da sua própria vida, seguiria uma carreira onde o documentário ocupou um espaço fundamental que culminou em 2017 com a nomeação para os prémios da academia norte-americana por "Visages/Villages", no preciso ano em foi agraciada com um Oscar de carreira.
Continuou a trabalhar até ao fim da sua vida. A sua derradeira obra, "Varda par Agnès" estreou em fevereiro, no festival de Berlim.