15 Ago 2020 20:59
Linda Manz, presença breve, mas fulgurante, na história do moderno cinema americano, faleceu no dia 14 de Agosto, vítima de pneumonia e cancro no pulmão — completaria 59 anos a 20 de Agosto.
A história cinematográfica de Manz começou a escrever-se aos 15 anos de idade quando Terrence Malick a escolheu para uma personagem fulcral (narradora) do seu sublime "Days of Heaven/Dias do Paraíso" (lançado dois anos mais tarde, em 1978). A sua figura, de uma só vez transparente e inclassificável, é emblemática de um cinema — e de um modo de representar — para lá das regras dramáticas do classicismo.
Depois de alguns pequenos papéis, em televisão e cinema, com destaque para "Os Vagabundos de Nova Iorque" (1979), de Philip Kaufman, surgiu noutra admirável composição, em "Out of the Blue/Angústia de Viver" (1980), sob a direcção de (e contracenando com) Dennis Hopper.
As suas derradeiras interpretações têm ambas data de 1997: "Gummo", de Harmony Korine, e "O Jogo", de David Fincher — o primeiro um emblema da produção independente, o segundo prolongando o gosto experimental de Fincher, logo após o impacto de "Seven".
Mesmo através de uma escassa filmografia (menos de uma dezena de produções para cinema), Manz fica como exemplo modelar de uma versatilidade, plena de contenção, que se reflecte também na variedade de registos de produção em que trabalhou. Surgiu ainda no documentário "Along for the Ride" (2016), de Nick Ebeling, sobre Dennis Hopper.