5 Dez 2014 18:48
O festival de cinema Porto/Post/Doc vai apresentar 50 filmes até dia 13 de dezembro, naquilo que Dario Oliveira, diretor do P/P/D, descreve como "uma nova forma de apresentar cinema".
Numa combinação entre o documentário e uma "área híbrida" que é o cinema do real, o Porto/Post/Doc vai exibir um conjunto de obras que "são a prova viva de que este pressuposto teórico é uma realidade e que aquilo que interessa sempre, e sempre interessou, são formas de contar histórias vindas de todo o mundo".
O festival pretende ser um "momento de reflexão, mas também de entretenimento", segundo Dario Oliveira, que referiu que o programa contém "filmes para que as pessoas levantem o moral, sem ser de forma estupidificante", exemplificando com o filme "Belluscone, Una Storia Siciliana", de Franco Maresco.
A programação do Porto/Post/Doc vai contar com um programa especial dedicado a Manoel de Oliveira no dia do seu aniversário, quinta-feira, 11 de dezembro (ver artigo recomendado).
A seleção competitiva é composta por doze longas-metragens documentais incluindo três filmes portugueses – "A Cidade e as Trocas", de Luísa Homem e Pedro Pinho, "João Bénard da Costa – Outros Amarão as Coisas que Eu Amei", de Manuel Mozos e "Volta à Terra", de João Pedro Plácido.
Nesta competição surgem o filme belga "9999", de Ellen Vermeulen, que aborda a situação judiciária em que vivem os presos considerados doentes psiquiátricos, "L’Abri", de Fernand Melgar, sobre o tema da imigração na Europa, e "Nebel" (Nevoeiro), uma produção suíça-alemã realizada por Nicole Vögele.
Os dois filmes franceses selecionados são "Atlas", documentário do fotógrafo Antoine D’Agata, "Danger Dave", de Philippe Petit, sobre um skater pioneiro, e "Letters to Max", de Eric Baudelaire, um filme dedicado ao problema da Abkházia, uma república autónoma de jure no norte da Geórgia, que não é reconhecida pela comunidade internacional.
Nesta primeira seleção competitiva estão ainda "Waiting for August", da romena Teodora Ana Mihai, "Our Terrible Country", uma produção sírio-libanesa de Mohammad Ali e Ziad Homsi sobre a guerra civil na Síria, e "Storm Children – Book One", do filipino Lav Diaz, onde poderemos ver o efeito devastador de um tufão.
O Porto/Post/Doc incluirá ainda o seminário Onde Está o Real?, sobre a diluição das fronteiras entre documentário e ficção, e a secção Persona, especificamente destinada a filmes que abordem situações políticas e sociais complexas,
O objetivo, para o diretor do festival, é que no final, os espectadores "tenham a sensação de que viveram algo de especial, de único, sensorial, não só intelectual", e que tenha sido "uma experiência que tem de ficar na memória de todos".
"O festival chama-se Porto/Post/Doc porque é na cidade do Porto e porque o cinema hoje em dia atravessa uma mudança de paradigma e os elementos da ficção e os elementos do real e do documentário juntam-se cada vez mais em obras que têm uma grande repercussão junto do público e também da crítica", explicou Dario Oliveira.
O festival vai decorrer até dia 13, repartindo-se entre o Rivoli, o Maus Hábitos e o Passos Manuel.